quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sociologia


PRIMEIRA SÉRIE, SEGUNDO SEMESTRE- 2011, DÉCIMA NONA AULA

CULTURA E IDEOLOGIA. Pouso Alegre, 29 (terça-feira) de Novembro ou 2 (sexta feira) de Dezembro. Discente: António Vasconcelos.

I – O Surgimento da Sociologia
Convivência com a diferença: o etnocentrismo. Termo designado pelo sociólogo estadunidense, William G. Summer (1840-1910). Desafio a alteridade. A diferença.
É uma visão do mundo onde o “nosso grupo” é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos próprios valores e nossas definições do que é existência.
 No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc. O etnocentrismo é a procura de sabermos os mecanismos, as formas, os caminhos e as razões pelos quais tantas e tão profundas distorções se perpetuam nas emoções, pensamentos, imagens e representações que fazemos da vida daqueles que são diferentes de nós.
De um lado, conhecemos um grupo do “eu”, o “nosso” grupo, que come igual, veste igual, gosta de coisas parecidas, ou seja, um reflexo de nós. Depois, então, nos deparamos com um grupo diferente, o grupo do “outro”, que às vezes, nem sequer faz coisas como as nossas ou quando as faz é de forma tal que não reconhecemos como possíveis. E, mais grave ainda, este “outro” também sobrevive à sua maneira, gosta dela, também está no mundo e ainda que diferente, também existe.
 O grupo do “outro” fica como sendo engraçado, absurdo, anormal ou ininteligível. E a sociedade do “eu” é a melhor, a superior. O “outro” é o “aquém ou o além, nunca o “igual” ao “eu”“.
O etnocentrismo passa por um julgamento de valor de cultura do “outro” nos termos da cultura do grupo do “eu”. Um famoso cientista do início do século, Herman von lhering, justificava o extermínio dos índios Caianguangue por serem um empecilho ao desenvolvimento e à colonização das regiões do sertão que eles habitavam.
 Rotulamos e aplicamos estereótipos através dos quais nos guiamos para o confronto cotidiano com a diferença. Como as idéias etnocêntricas que temos sobre as “mulheres”, os “negros”, os “empregados”, os “paraíbas de obras”, os “colunáveis, entre outros”. A Antropologia sempre soube conhecer a diferença, não como ameaça a ser destruída, mas como alternativa a ser preservada, seria uma grande contribuição ao patrimônio de esperanças da humanidade; O etnocentrismo se conjuga com a lógica do progresso, com a ideologia da conquista, com o desejo da riqueza, com a crença num estilo de vida que exclui a diferença. Mas, a “diferença” é generosa. Ela é o contraste e a possibilidade de escolha. O objetivo de qualquer sistema de produção é fazer subsistir os indivíduos que dele fazem parte.

Atividade: (escrever as perguntas e respostas no caderno. Será dado o visto na próxima aula). Serão escolhias para nossa prova.
1.      Que é etnocentrismo? Que é estereótipo?
2.      Quais as características do etnocentrismo?
3.      Que importância tem a diferença?
4.       Que é alteridade. Comente os termos eu” e “outro”




PRIMEIRA SÉRIE, SEGUNDO SEMESTRE- 2011, VIGÉSIMA AULA

CULTURA E IDEOLOGIA. Pouso Alegre, 6 (terça-feira) ou 9 (sexta feira) de Dezembro. Discente: António Vasconcelos.

XX – Cultura erudita e cultura popular
Segundo o pensador Alfredo Bosi, não há no grego uma palavra específica para cultura; há, sim, uma palavra que se aproxima desse conceito, que é a Paidéia, “aquilo que se ensina a criança”, “aquilo que deve ser trabalhado na criança até que ela se transforme em adulta”. A palavra cultura vem do latim e designa “o ato de cultivar a terra’, “de cuidar do que se planta”, ou seja, é o trabalho de preparar o solo, semear e fazer tudo para uma planta cresça e dê frutos. A palavra folclore, do infles folklore, junção de folk, “povo”, e lore, “saber”, significa “discurso do povo”, “sabedoria do povo” ou “conhecimento do povo”.
Cultura está assim vinculada ao ato de trabalhar, a determinada ação, seja a de ensinar uma criança, seja a de cuidar de um plantio. Para Bosi, a cultura é alguma coisa que se faz, e não apenas um produto que se adquire. É por isso que não tem sentido comparar cultura popular com cultura erudita.
A cultura erudita abrangeria expressões artísticas como a música clássica de padrão europeu, as artes plásticas – esculturas e pinturas -, o teatro e a literatura de cunho universal. Esses produtos culturais, como qualquer mercadoria, podem ser comprados e, em alguns casos, até deixados de herança como bens físicos.
A chamada cultura popular encontra expressão nos mitos e contos, danças, músicas – de sertaneja a cabocla – artesanato rústico de cerâmica ou de madeira e pintura: Correspondente à manifestação genuína de um povo. Mas não se restringe ao que é tradicionalmente produzido no meio rural. Incluem também expressões urbanas como os grafites, o hip-hop e os sincretismos musicais oriundos do interior ou das grandes cidades.
Quando afirmamos que ter cultura significa ser superior e não ter cultura significa ser inferior, utilizamos a condição de posse de cultura como elemento para diferenciação social e imposição de uma superioridade que não existe. Isso é ideologia.

Atividade: (escrever as perguntas e respostas no caderno. Será dado o visto na próxima aula). Serão escolhias para nossa prova.
1.      Quais os conceitos de Paidéia?
2.      Quais os significados de cultura no latim?
3.      Quais os sentidos de folclore?
4.      Que é cultura erudita? Que é cultura popular? Dê exemplos de cada uma.
5.      De um exemplo de ideologia?
6.      Que é o curriculum vitae?
7.      Que é o curriculum mortis?








PRIMEIRA SÉRIE, SEGUNDO SEMESTRE- 2011, VIGÉSIMA PRIMEIRA AULA

CULTURA E IDEOLOGIA. Pouso Alegre, 13 (terça-feira) ou 16 (sexta feira) de Dezembro. Discente: António Vasconcelos

XXI – A ideologia: Dominação e controle. (Antonio Gramsci, 1891-1937).

Curriculum vitae  “vitaminado” e Curriculum Mortis. (Filósofo Leandro Konder)
O currículo vitae é a ponta do iceberg de nossa visão triunfalista da vida, pois nele só colocamos aquilo que consideramos um sucesso em nossa carreira. Em outras palavras, “o currículo vitae é o elemento mais ostensivo de uma ideologia que nos envolve e nos educa nos princípios do mercado capitalista; é a expressão de uma ideologia que inculca nas nossas cabeças aquela mentalidade de cavalo de corrida... O que aconteceu de errado, os tropeços, as quedas e os fracassos não aparecem nele, quando na maioria das vezes essas são a maior parte das ocorrências de nosso viver”.

Cultura e a ideologia são dois conceitos de profunda ligação entre eles, sobretudo no que diz respeito ao processo de dominação nas sociedades capitalistas.
O pensador italiano Antonio Gramsci analisa essa questão com base no conceito de hegemonia – palavra de origem grega que significa “supremacia” “predominância”- e no que ele chama de aparelhos de hegemonia.
Por hegemonia pode-se entender o processo pelo qual uma classe dominante consegue fazer que o seu projeto seja aceito pelos dominados, desarticulando a visão de mundo autônomo de cada grupo potencialmente adversário. Isso é feito por meio dos aparelhos de hegemonia, que são práticas intelectuais e organizações no interior do Estado ou fora dele (livros, jornais, escolas, músicas teatro etc.). Nesse sentido, cada relação de hegemonia é sempre pedagógica, pois envolve uma prática de convencimento, de ensino aprendizagem.
Para Gramsci, uma classe se torna hegemônica quando, além do poder coercitivo e policial, utiliza a persuasão, o consenso, que é desenvolvido mediante um sistema de idéias muito bem elaborado por intelectuais a serviço do poder, para convencer a maioria das pessoas, até as das classes dominadas.  Por esse processo, cria uma “cultura dominante efetiva”, que deve penetrar no senso comum de um povo, com o objetivo de demonstrar que a forma como aquele que domina vê o mundo é a única possível.
A ideologia não é o lugar da ilusão e da mistificação, mas o especo da dominação, que não se estabelece somente com o uso legitimo da força pelo Estado, mas também pela direção moral e intelectual da sociedade como um todo, utilizando os elementos culturais de cada povo.
Mas Gramsci aponta também a possibilidade de haver um processo de contra-hegemonia, desenvolvido por intelectuais orgânicos, vinculados à classe trabalhadora, na defesa de seus interesses. Contrapondo-se à inculcação dos ideais burgueses por meio da escola, dos meios de comunicação de massa etc., eles combatem nessas mesmas frentes, defendendo outra forma, de “pensar, agir e sentir” na sociedade em vivem.   

Atividade: (escrever as perguntas e respostas no caderno. Será dado o visto na próxima aula). Serão escolhias para nossa prova.
1.      Que significa hegemonia em grego?
2.      Que é hegemonia?
3.      Quais as características da hegemonia?
4.      Que é ideologia?
5.      Que são aparelhos de hegemonia? Cite alguns.
6.      Que é o processo de contra-hegemonia? Quem são intelectuais orgânicos?





PRIMEIRA SÉRIE, SEGUNDO SEMESTRE- 2011, VIGÉSIMA PRIMEIRA AULA

CULTURA E IDEOLOGIA. Pouso Alegre, 20 (terça-feira) de Dezembro. Discente: António Vasconcelos

XXI – O universo da internet e televisão.

A internet originou-se de um projeto militar dos Estados Unidos, na década de 1960. Naquele período, questionava-se como as autoridades estadunidenses poderiam comunicar-se caso houvesse uma guerra nuclear. Se isso acontecesse, toda a rede de comunicações poderia ser destruída e haveria necessidade de um sistema de comunicação sem controle central, baseado numa rede em que a informação circularia sem uma autoridade única.  
            Assim nasceu um sistema no qual as informações são geradas em muitos pontos e não ficam armazenadas num único lugar, mas em todos os pontos de contatos possíveis. Estes, por sua vez, podem gerar informações independentes, de tal modo que, se fossem destruídos um ou mais pontos, os outros continuariam retendo e gerando informações independentes. Posteriormente, esse modelo foi utilizado para colocar em contato pesquisadores de diferentes universidades e acabou se expandindo até atingir a, maioria dos lagares.
Hoje, a internet é o espaço onde há mais liberdade de produção, veiculação de mensagens, notícias, cultura e tudo o que “possa” ser transmitido por esse sistema. É um meio de comunicação em que se utilizam a palavra escrita ou falada, as imagens, a música e outras tantas formas de comunicação, com muita rapidez e para todos na rede. Existe, é verdade, um vocabulário restrito e mínimo para se comunicar (conversar por escrito), o que empobrece muito a linguagem escrita, além de uma série de ícones que indicam se a pessoa está alegre, triste, nervosa, o que reduz a capacidade de expressar verbalmente esses sentimentos.
Essa nova tecnologia de informações oferece possibilidades quase infinitas de pesquisas. É fato que há dados demais para a capacidade humana de processamento, mas, se você tiver o mínimo conhecimento de funcionamento da internet e seus instrumentos, poderá obter excelentes informações e com uma diversidade nunca imaginada. Portanto, de como é utilizada, a internet pode empobrecer a capacidade de pensar ou ser um instrumento para a obtenção de conhecimento. Nessa grande rede, encontram-se muitas versões de um mesmo fato, cabendo a nós descobrir bons sites e profissionais que mostrem ângulos diversos de determinados fenômenos.
Televisão, nascida em meados do século XX, como o próprio nome indica (tele-visão = “ver de longe”), criou um elemento complementar novo, em que ver tem a predominância sobre o ouvir. A voz dos apresentadores é secundária, pois é subordinada às imagens que comenta e analisa. As imagens contam mais do que as palavras. Nisso o individuo volta a sua condição de animal. A televisão nos dá a possibilidade de ver tudo sem sair do universo local. Ela é um instrumento que participa da formação das pessoas e pode gerar um novo tipo de se humano.  Então, o Homo sapiens está sendo substituído pelo Homo videns, ou seja, o que importa é a imagem, é o ver sem entender.  

Atividade: (escrever as perguntas e respostas no caderno. Será dado o visto na próxima aula). Serão escolhias para nossa prova.
1.      Como originou-se a internet?
2.      O que estava acontecendo no período de seu nascimento?
3.      Quais as características da internet?
4.      Quais as desvantagens da internet?
5.      Que significa Homo Videns em relação a internet e a televisão?






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