domingo, 21 de agosto de 2011

Sociologia










PRESTE ATENÇÃO AO MOMENTO
O PODER TRANSFORMADOR DO AGORA


Pensamento e Sentimento - A criação de realidades pessoais  e a forma como isso molda e afeta profundamente o nosso mundo interior e exterior


Através deste texto que descreve um exemplo verídico e prático, poderemos compreender como muitas vezes as aparências e dados inconscientes do passado podem enganar e transformar a realidade individual, e que sim, o importante é prestar atenção ao momento presente. Ao se prestar atenção ao momento de forma objetiva, conseguimo-nos aperceber daquilo que realmente se passa à nossa volta, sem nos deixarmos levar por outras interferências, por exemplo, a nível mental e do passado.


O PODER DO AGORA:

- AS APARÊNCIAS ENGANAM - PRESTAR ATENÇÃO AO MOMENTO:
Vou demonstra-lhe como pode – ou como qualquer pessoa pode – passar por uma nova verdade interior acerca de qualquer coisa; como pode ascender da Verdade Imaginada para a Verdade Aparente em minutos.

Pode utilizar esta técnica tanto antes de ocorrer um momento (como no caso de entrar em algo que você sabe que é provável que aconteça), ou depois de ocorrer um momento (como será o caso mais frequente, a meu ver).
Elevar a sua verdade é uma questão de mudar a sua perspectiva, e isso é mais fácil do que pensa a maioria das pessoas. Na realidade, pode ser feito muito depressa. Como demonstração, vou utilizar aqui um exemplo de um dos workshops Mudar Tudo, que apresento pelo mundo fora. Neste workshop, utilizo um processo com as pessoas a que chamo Preste Atenção ao Momento. (É apenas um dos vários que criei para atrair a mente a um novo nível de percepção.)
A ferramenta Preste Atenção ao Momento desperta a mente e permite-lhe reiniciar o processo de pensamento, convidando a mente a reparar que Então não é Agora e que Agora não é Amanhã, mas que Agora é AGORA. Por outras palavras, a mente é solicitada a prestar atenção ao que é prontamente aparente, de preferência ao que é claramente imaginado.

Este processo mostra à mente que não se passa nada, exceto o que se passa. Instrui a mente a deixar de acrescentar coisas. Os dados que então são considerados estão limitados aos dados que são observados, que são prontamente aparentes. Isso cria um novo ponto de partida para o pensamento: A Verdade Aparente.

Deste novo pensamento emerge uma nova emoção, a nova emoção produz uma nova experiência, a Realidade Observada, para substituir a Realidade Distorcida que está a provocar tanta agitação interior. Toda esta transformação está a ocorrer no interior da pessoa. O acontecimento exterior não mudou. Utilizo o processo Preste Atenção ao Momento quando constato que alguém no meu workshop está a usar constantemente um ponto de partida falso para o seu pensamento sobre o que está a acontecer no momento, criando assim uma experiência distorcida do Agora.

São exemplos clássicos disso as pessoas que, no retiro ou no workshop, ficam zangadas porque algo mudou na sala, entraram no workshop sentindo-se todas excitadas e felizes por ali estarem. Estão cheias de esperança de ter uma experiência intensa. Então acontece qualquer coisa. Algo muda. Talvez eu tenha dito alguma coisa que alguém não gosta. Ou talvez tenha mostrado uma característica que exaspera alguém. O ambiente da sala muda. Consegue-se sentir no ar. Consegue-se sentir essa mudança. É palpável e é real.

Basta que um participante tenha sentimentos negativos para que a energia da sala mude. Mais cedo ou mais tarde esse participante vai dizer, «Não gosto do que se está a passar aqui.» então pergunto, «o que pensa que está a acontecer?».

A minha pergunta soa-lhes muitas vezes estranha. Explico que muitas pessoas têm dificuldade em prestar atenção ao momento – e, por isso, quando lhes pergunto o que está a acontecer agora mesmo, não sabem como responder.

Por isso, digo a essa pessoa: «você disse que há algo que não lhe agrada. O que pensa que se está a passar neste preciso momento?»
Elas podem dizer: «Bom, você está a ficar muito ríspido no tom de voz e muito controlador», ou qualquer coisa do gênero.

Digo então: «É assim que percepciona o que estou a fazer? E mesmo que ele seja o que estou a fazer, o que é que tem?»
«Então, não estou feliz», repetem mais uma vez.

Por essa altura, convido-as para a frente da sala perguntando-lhes: «Quer curar isso?». Com frequência respondem algo como: «Curar o que? Estou perfeitamente bem. É você que se está a comportar como um imbecil.»

Há risos abafados na sala e eu rio-me entre dentes (porque acontece em todos os retiros alguém na sala virar-se contra o facilitador) e a seguir digo: «Bem, talvez você me possa curar a mim. Estaria na disposição de o fazer? Estaria na disposição de me ajudar a ser menos imbecil?»
Agora até elas sorriem. «Acho que sim», poderão admitir, e então digo, «Fantástico! Obrigado! Então vamos tentar uma coisa. Suba aqui para ao pé de mim.»

E elas sobem. Cautelosamente, devo acrescentar. Mas sobem. Porque uma coisa acerca da maioria das pessoas que tenho conhecido é que estão dispostas a “jogar”. A maior parte das pessoas é muito corajosa. A maior parte delas é muito valente. Na realidade, você é assim. Sabe como é que eu sei que você é assim? Porque está a ler este livro neste preciso momento. Só uma pessoa valente o faria. Estou a falar de uma pessoa que é emocionalmente valente. É você, ou não estaria a olhar para as coisas de que estamos aqui a falar. Por isso, obrigado por estar aqui comigo.

É precisamente isso que também digo à pessoa que veio para a frente da sala. Digo: «Obrigado por estar aqui comigo.» Depois digo: «Vou pedir-lhe agora para prestar atenção ao momento.» Normalmente respondem: «Não sei o que significa isso. O que quer dizer?»
«Quer dizer, observe cuidadosamente o que está a acontecer neste preciso momento, aqui na sala, enquanto está aqui ao pé de mim. É um processo muito seguro. Posso fazer isso consigo? Estou autorizado a fazer este processo consigo?»

Digo-lhes que, a determinado nível, pode ser revelador ou mesmo um bocadinho surpreendente, mas não será de modo nenhum prejudicial. Se dizem que sim, está bem, pode correr o processo… eis como se passa frequentemente… isto é uma transcrição de um workshop, da minha interação com uma senhora que tinha ficado um pouco abespinhada – irritada podia ser uma palavra melhor – pela minha energia:

EU: Tem a certeza que está disposta a prosseguir o processo?
PARTICIPANTE DO RETIRO: Tenho, sim.
EU: Tem a certeza absoluta?
PARTICIPANTE: Sim, tenho a certeza absoluta.
EU: E não se vai zangar comigo, aconteça o que acontecer, desde que não a magoe?
PARTICIPANTE: Não, não me vou zangar consigo, não mais do que já estou.

(Risos na sala)

EU: Excelente, então enquanto falo consigo sobre este processo, quero que perceba que não vai acontecer nada que … AAAAAAAAAAAAAAAAARRRRRRRRRR!!!  RAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHH!!

Gritei mesmo na cara dela.
Gritei muito alto, a meio metro dela. Menos, na verdade. Aproximei-me na cara dela e gritei qualquer coisa… apenas um som súbito, uma enunciação.
Claro que ela deu um salto para traz. Foi soprada para trás e vieram-lhe as lágrimas aos olhos.

Eu disse brandamente: «O que acabou de acontecer?»
«Você assustou-me.»
«Não, não, não, você assustou-se. Que foi que eu fiz? Você assustou-se, que foi que eu fiz?»
«Gritou-me. Aproximou-se de mim e gritou-me na cara.»
«OK, que lhe parece isso? O que aconteceu exatamente? O que observa ter acontecido em oposição ao que a sua mente lhe está a dizer acerca do que aconteceu? O que é aparente aqui, em oposição ao que imaginou?»
«Eu não imaginei nada! Você dirigiu-se a mim e gritou-me na cara! Pregou-me um susto dos diabos.»
«Não, eu não a assustei. Você é que se assustou. O perigo foi a Realidade Distorcida. Mas qual foi a Realidade Observada?»
«Não percebo onde quer chegar. Não sei o que quer que eu diga.»

«O que é que viu? O que é que observou?»
«Uma voz em tom alto, um som forte atingiu-me o ouvido.»
«Excelente, que mais?»
«Senti a sua respiração. Estava tão perto que senti a sua respiração na cara.»
«Excelente. Agora estamos a chegar à questão. Toquei-lhe?»
«Não.»
«Magoei-a de alguma forma física?»
«Não.»
«Então o que aconteceu foi um som forte chegar-lhe ao ouvido e sentiu respiração na cara. Foi isso que aconteceu?»
«Sim.»

«E então? Porque é que há-de ser assustador? Se a sobressaltei por um momento, é justo. Você ouve um trovão e sobressalta-se, mas depois do sobressalto inicial, o que há nisso que lhe provocasse qualquer nível de trauma?»
«Você não percebe. Pregou-me um susto dos diabos.»
«Mas você começou a chorar. Desatou a chorar.»
«Sim! Porque você me pregou um susto dos diabos!»
«Não, você é que se assustou. Mas não vamos debater a questão. Deixe-me fazer-lhe uma pergunta. Alguma vez se sobressaltou com trovoada – como um trovejar à noite?»
«Sim, claro. Tenho a certeza que nos aconteceu a todos.»
«Excelente. E quando isso aconteceu, desatou a chorar?»

SILÊNCIO

Depois…

«Não.»

«OK. Podemos, portanto, estabelecer que sobressaltar-se no momento, por cair qualquer coisa, ou ouvir um trovão, ou por ter acontecido qualquer coisa, é normal, se não estava à espera. Mas só um bebé chora de facto, quando ouve trovoada – porque não sabe o que está a acontecer. Você não chora quando ouve trovejar, mesmo que se sobressalte momentaneamente. Porquê Porque sabe o que está a acontecer. A sua mente vai para a aparência das coisas. Não para a Verdade Imaginada mas para a Verdade Aparente. Depois de ter passado o momento do inesperado, o que lhe causaria qualquer medida de trauma continuado?»

Mais ou menos aqui comecei a ver uma tênue luz de reconhecimento a atravessar o rosto da participante no retiro. Prossegui…

«O trauma continuado que você experiência em qualquer momento do Agora é material que você começa a meter nesse momento, instantaneamente, de outro lugar, não a partir do Aqui e Agora. Tenta alcançar algo que não é real como, por exemplo, “ontem”. A sua mente sabe: O meu pai fez-me aquilo quando eu tinha seis anos. Você começa a meter ontem neste momento. Tire a tampa do ralo desse tanque de dados e deixe-os escoar. Esvazie o ontem do Momento do Agora. Consegue fazer isso?»

Uma pausa. Depois…

«Sim, acho que consigo – como sabe do meu pai?»
«Foi um palpite. Podia ter sido qualquer coisa. A questão é, a sua mente foi buscar qualquer coisa do passado para Este Momento, e foi esse pensamento que criou a emoção que, por sua vez, produziu a sua experiência de ficar assustada de morte. Agora, olhe outra vez para o momento que acabou por passar, aqui mesmo nesta sala. O que aconteceu? O que observou?»
«Observei um som forte, uma voz forte, tão forte que me sobressaltou. Observei respiração na minha cara. Senti-me ameaçada.»
«Ótimo. Foi um bom olhar. Está a trabalhar bem. Agora diga-me, tem medo de mim? Acha provável que eu, como facilitador deste retiro, lhe faça mal de alguma forma?»
«Não. É provável que não.»
«Provável que não?»
«Decididamente não. Não me vai fazer mal.»
«Tem a certeza disso?»
«Sim.»
«Então, porque se sentiu ameaçada de alguma maneira?»
«Porque me faz lembrar o meu pai, que me fazia mal quando gritava assim.»

Aqui há uma pausa prolongada. Ela notou-o, anteriormente, mas agora atinge. Toda a sala atinge.

Por fim, eu disse, tão suavemente quanto fui capaz…

«Percebo. Portanto, pensa que Agora é Então.»
«Desculpe. Foi uma reação automática.»
«Não peça desculpa, é muito normal. Mas deixe-me perguntar-lhe o seguinte: Acha que consegue “desaumatizá-la”?»
«Sim, é provável que consiga.»
«Quer dizer que eu podia gritar-lhe na cara outra vez e que não se sentiria ameaçada?»
«Acho que sim. Sim, é verdade.»
«E outra pessoa podia?»
«O quê.»
«Outra pessoa podia, noutra altura, gritar-lhe de repente e você não se sentiria ameaçada?»
«Suponho que sim.»

«Porquê? Porque supõe que era capaz de o fazer no futuro se não o conseguiu fazer ainda agora?»
«Porque me acabam de mostrar, através deste processo, o que estou a fazer. Porque agora vejo que o que eu penso que está a acontecer não é o que está a acontecer.»
«Ótimo. Ou seja, está a conseguir discernir a diferença entre o Então e Agora. Está a libertar-se do ontem. Não lhe devo mais nenhum dos seus “hojes”. Deu-lhe os seus momentos de agora suficientes. Portanto, tudo o que tem de fazer para adquirir sempre essa liberdade é… prestar atenção ao momento. Olhe com cuidado para o que se está a passar exatamente. Aqui mesmo, neste preciso momento. Não acredite na Verdade Imaginada, passe para a Verdade Aparente. Percebeu?»

«Sim, acho que sim.»
«Acha que sim?»
«Não, percebo. Já percebi.»
«Excelente. Muito obrigado. E mais tarde, neste retiro, se eu começar a ficar entusiasmado e levantar a voz ou usar um tom mais duro, vai entender o que está a acontecer e o que não está, certo?»

(Risos)

«Certo.»
«Fantástico. Faça o favor de se sentar.»

(Aplausos)

- DE ONDE PROVÉM A NOSSA VERDADE:

Espero que tenha reparado que tudo o que fiz, no processo que acabei de partilhar consigo, foi simplesmente encorajar aquela senhora a começar o seu raciocínio num novo Ponto de Origem. Foi convidada a colocar a sua Verdade Aparente, em vez da Verdade Imaginada, no início do seu processo de raciocínio.

Quando lhe gritei na cara, ela tinha na realidade Três Variedades de Verdade à escolha ao formar o pensamento sobre o que se estava a passar. Ao escolher uma dessas verdades, formou um pensamento que criou uma emoção que produziu a sua realidade. Primeiro, produziu uma Realidade Distorcida. Eventualmente, elevou a sua experiência à Realidade Observada. Fez tudo simplesmente por mudar de ideias.

Vê que mais a “senhora do workshop” estava a fazer nessa altura? Estava a fazer o que todos nós estamos a fazer constantemente. Estava a criar a sua própria realidade. A realidade não é o que está a acontecer, é o que nós pensamos que está a acontecer. Não experienciamos o que se está a passar a nível exterior, experienciamos o que se está a passar interiormente acerca do que se passa exteriormente.


(…) Somos nós próprios que decidimos criar os nossos próprios pensamentos e emoções acerca do que se passa exteriormente (…)

Assim, a responsabilidade por aquilo que pensamos, sentimos e criamos, é apenas nossa.



… FIM DA PARTE 2 …



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